Atenção, guerreiros! O debate sobre o futuro dos concursos da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) ganhou novo fôlego após declarações firmes do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, durante audiência nesta terça-feira, dia 9, na CPI do Crime Organizado, no Senado. O ministro voltou a destacar que as duas corporações atuam com um efetivo muito abaixo do necessário para o tamanho do país.
Lewandowski ressaltou que tanto a PF quanto a PRF contam com pouco mais de 13 mil servidores, um número considerado insuficiente para enfrentar os desafios operacionais, sobretudo nas extensas áreas de fronteira. Ele reforçou a dimensão do problema lembrando que a fronteira do Brasil com a Bolívia é maior que a dos Estados Unidos com o México, mesmo assim o Brasil atua com um contingente bem menor.
Ele foi categórico ao afirmar:
“Nós temos falta de efetivos. São tão somente 13 mil homens na Polícia Federal e aproximadamente o mesmo número na Polícia Rodoviária Federal, para cuidar de um país continental como este (…) Imaginem, senhoras e senhores, nós, brasileiros, com esse efetivo pequeno que nós temos”.
A declaração escancara a pressão crescente sobre as forças federais, que lidam diariamente com tarefas complexas, como combate ao crime organizado e vigilância de quase 17 mil km de fronteiras.
Déficit reacende o debate sobre concursos PF e PRF
A fala do ministro ocorre em um momento estratégico. As duas instituições já reconheceram publicamente que operam no limite e precisam urgentemente recompor seus quadros.
No caso da PF, o diretor-geral Andrei Passos declarou que o efetivo ideal seria próximo de 30 mil servidores, praticamente o dobro do atual. Ele reforçou que há um estudo de redimensionamento em andamento.
Segundo Passos:
“Hoje somos menos de 13 mil policiais e contamos com cerca de 2 mil servidores administrativos. Estamos realizando um dimensionamento da força de trabalho para definir o cenário ideal de pessoal”.
Esse estudo também orienta o aproveitamento dos aprovados no concurso PF 2025, que prevê a formação de 2 mil novos policiais ao longo de 2026.
A PF está nas etapas finais do concurso atual, com mil vagas, e já projeta chamar mais mil aprovados no ano que vem. A Academia Nacional de Polícia iniciou os preparativos para receber essas turmas.
Cronograma previsto do Curso de Formação:
- 1ª turma (Agente): 26 de janeiro a 8 de maio de 2026
- 2ª turma (demais cargos): 18 de maio a 28 de agosto de 2026
Com essas convocações, a PF deve alcançar, pela primeira vez, o efetivo legal completo, embora ainda distante do considerado ideal.
(Foto: Reprodução)
PRF convoca nova turma e mira reforço para os próximos anos
A PRF vive cenário semelhante. O efetivo atual é de 13.098 policiais, limite já fixado em lei. Porém, o diretor-geral da corporação, Antônio Fernando Oliveira, reconhece que o contingente é insuficiente diante das atribuições crescentes.
Nos últimos meses, a PRF avançou em sua recomposição de pessoal ao convocar 321 excedentes para a 4ª turma do CFP, além de remanescentes da turma anterior, aproveitando os últimos momentos de validade do concurso de 2021.
Durante audiência pública realizada em novembro, Oliveira ressaltou que Lewandowski já sinalizou que a PEC da Segurança Pública exigirá um efetivo maior. A ampliação é considerada estratégica para que a PRF absorva novas possibilidades de atuação, como:
- patrulhamento de ferrovias,
- patrulhamento de hidrovias,
- proteção de bens, serviços e instalações da União.
Se essas responsabilidades forem consolidadas, a PRF passará a operar de forma ainda mais abrangente no policiamento ostensivo em âmbito federal, o que demanda uma estrutura compatível com essa expansão.
Em paralelo, segue em tramitação uma Medida Provisória que prevê a criação de 4.902 novos cargos policiais. Caso avance, o efetivo autorizado poderá chegar a 18 mil policiais rodoviários federais, ampliando significativamente o alcance operacional da corporação.
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